Leishmaniose? - Eu amo eu trato meu cão

Pelo direito de tratar cães com leishmaniose

Pela diminuição de casos da doença em humanos

Estima-se que em 2014, 20 mil cães foram sacrificados no Centro de Controle de Zoonoses em Campo Grande por ter o diagnóstico de leishmaniose. São animais condenados por falta de políticas públicas para controle dessa doença, já endêmica em Mato Grosso do Sul, e que há décadas vêm tirando também a vida de muitas pessoas.
Política de sacrifício de cães não apresentou no passado e não apresenta na atualidade controle efetivo da doença. Pessoas continuam morrendo; animais são condenados à eutanásia e a leishmaniose ainda apresenta-se como doença fatal para ambos.
Com tratamentos para cães difundidos em países europeus, o Brasil maquia a realidade ao impor que o sacrifício de cães resulta em diminuição de casos da leishmaniose em humanos.
As estatísticas mostram o contrário: em 2014, último ano de extermínio dos cães em Campo Grande, os óbitos por leishmaniose em humanos foram significativos se compararmos com a dengue, doença igualmente preocupante no Estado: 11 pessoas morreram com diagnóstico de leishmaniose contra 4 por dengue.
Portanto, são efetivas as políticas de extermínio de cães depois de décadas dessa prática?
A população de Campo Grande e interior descarta os cães nas ruas com leishmaniose por desinformação sobre o tratamento e assim contribui para uma população de rua canina infectada com a doença.
Os animais padecem à própria sorte, crime que poderia ser enquadrado como maus-tratos para aqueles que os abandonam. No entanto, esses animais adoecem nas ruas e alguns têm a sorte de serem recolhidos por protetores da causa animal.
Mas, depois de recolhidos e tratados, esses animais não são doados por desinformação da população que não os aceita. Cães tratados são cães controlados para a doença. São cães que utilizam repelentes.
O resultado dessa política de extermínio de cães com leishmaniose portanto são as ruas infestadas de animais de rua jogados pelos próprios donos ao descobrirem o diagnóstico; canis de proteção animal lotados de cães em tratamento, que depois não são doados, e a população humana padecendo igualmente com a doença.
O assunto precisa ser tratado como política séria de prevenção ao transmissor da doença: o mosquito-palha e com informações sobre o assunto, o que inclui o tratamento.
Várias decisões na Justiça já acataram o tratamento em cães pois tal ação ajuda no controle da doença. Outro mito difundido é que o tratamento é caro, mas os custos são bastante acessíveis à população. Os animais passam a ser reconhecidos como detentores da doença e assim não ficam mais  invisíveis ao sistema.  
É preciso tratar a leishmaniose com a seriedade que o assunto necessita e o tratamento de animais é uma das armas que temos para o controle da doença inclusive para os humanos.